Brasil
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O artigo tem como objetivo analisar a racionalidade empregada na produção da farinha de mandioca por agricultores em um engenho localizado no bairro de Ibiraquera, na cidade de Imbituba em Santa Catarina - Brasil. Neste estudo iremos enfatizar a plantação e a colheita da mandioca, e os procedimentos até que seja transformada em farinha, baseados em uma metodologia qualitativa de inspiração etnográfica. Realizamos uma descrição a partir de observações diretas e entrevistas semiestruturadas, além de diários de campo, registros fotográficos e fílmicos. Analisamos o material a partir do referencial teórico da Etnomatemática. Nosso principal interesse com esta vertente se distancia radicalmente das tentativas de enquadrar os saberes do cotidiano com base nos saberes hegemônicos da matemática. Este trabalho pretende discutir a insurreição de saberes legítimos inseridos em jogos de linguagem específicos da produção de farinha de mandioca. Neste sentido, utilizamos as teorizações de Michel Foucault sobre os saberes sujeitados e as contribuições da segunda fase de Ludwig Wittgenstein a respeito da problematização da linguagem. Por fim, sugerimos que a investigação pode possibilitar uma reflexão de práticas no âmbito escolar, no que se refere ao currículo e os modos de lidar com o conhecimento matemático escolar e o conhecimento produzido por outras formas de vida.
The article aims to analyze the rationality employed in the cassava flour farmers' production in a mill located in the Ibiraquera neighborhood of the Imbituba city in Santa Catarina - Brazil. In this study we will emphasize the planting and harvesting of cassava, and procedures of its processing into flour, based on a qualitative methodology of ethnographic inspiration. We conducted a description from direct observations and semi-structured interviews, in addition to field diaries, and photographic and filmic records. We analyze the material from the theoretical framework of Ethnomathematics. Our main goal with this approach is to distance us radically from attempts to frame popular knowledge in terms of the hegemonic knowledge of mathematics. This paper discusses the insurrection of subjugated knowledges within their specific language games. In this sense, we use the theories of Michel Foucault on subjugated knowledges and of Ludwig Wittgenstein in his second phase, about the language limits. Finally, we suggest that research can enable a reflection on pedagogical practices, in relation to the curriculum and ways of dealing with mathematical school knowledge and the knowledge produced by other ways of life.
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