Este artigo identifica as rotinas e práticas de trabalho das mulheres jornalistas na Colômbia e na Venezuela no contexto da emergência sanitária da covid-19 nos países onde trabalham. É uma investigação quantitativa a um nível descritivo transversal, na qual foi utilizado um instrumento composto por 26 perguntas, organizadas em cinco categorias de análise, que contemplam a relação familia–trabalho, a vida profissional, e a saúde e o bem-estar. O questionário foi aplicado a 110 profissionais na Colômbia e Venezuela. Verificou-se que o confinamento obrigatório apressou a adesão das jornalistas às tecnologias de informação e comunicação e a aplicações e software para a produção de conteúdos. Embora já trabalhassem em meios digitais, tiveram de desenvolver novas competências neste campo. Para 47% dessas jornalistas, o horário de trabalho foi estendido por mais de 3 horas ao dia. Isto colocou tensões familiares a 79%, dado que 38% têm crianças menores ou adultos mais velhos sob o seu cuidado. No entanto, durante o confinamento também aumentaram a sua participação na formação da opinião pública através das suas redes sociais pessoais, incorporando questões de corrupção e queixas dos cidadãos. A pandemia transformou o acesso às fontes de informação, às redações e, portanto, alterou a dinâmica da produção de notícias. Estamos perante uma nova forma de fazer jornalismo, que coloca a reportagem e a ética em tensão com as tecnologias de informação e comunicação.
This article identifies the routines and working practices of women journalists from Colombia and Venezuela in the framework of the health emergency caused by covid-19 in the countries where they work. It is a quantitative research at a descriptive cross-sectional level in which an instrument made up of 26 questions organized into five categories of analysis was used. Categories include family–work relationship, working life, and health and well-being, and the questionnaire was applied to 110 professionals from Colombia and Venezuela. It was found that the compulsory confinement hastened the insertion of journalists in the use of information and communication technologies, applications, and software for content production. Although they were already working in digital media, they had to develop new skills in this field. For 47% of them, their working hours were extended for more than 3 hours a day, which for 79% represents family tensions, given that 38% have underage children or older adults under their care. However, during the confinement, their participation in the formation of public opinion was also expanded through their personal social networks, incorporating corruption issues and citizen complaints. Regarding their routines, it is concluded that the pandemic transformed access to information sources, newsrooms, and, therefore, the dynamics of news production, so we are faced with a new way of doing journalism that puts reporting and ethics into tension with information and communication technologies.
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